“Não é uma solução imediata, antes o início de um caminho” é a principal conclusão a retirar do workshop sobre os efeitos das medidas incluídas no âmbito da proposta de reforma da fiscalidade verde, realizado pela ALD Automotive, em exclusivo, para os seus clientes.

Mostrar e discutir as implicações que as medidas incluídas no Decreto da AR n.º 293/XII podem ter sobre o mercado do renting e sobre a gestão de uma frota automóvel foi a razão principal do encontro.

Pedro Reis, diretor financeiro da ALD Automotive, apresentou as vantagens que as empresas podem retirar das alterações fiscais que vão entrar em vigor com o orçamento de Estado de 2015, as quais a FLEET MAGAZINE já detalhou ao longo de vários trabalhos individuais. (Ver: “Reforma fiscalidade ambiental, o que vai mudar

Pilar Madeira, gestora de produto da locadora, dedicou a segunda parte dos trabalhos à demonstração prática que a implementação destas medidas poderá ter sobre as viaturas de cada segmento e ainda a dois tipos de frota automóvel de uma empresa.

Comparando o valor médio do TCO, a primeira conclusão é que, em 2015, não existe qualquer vantagem em apostar numa frota elétrica no segmento dos comerciais ligeiros. A razão é que estes continuam a não ser tributados autonomamente e também não passam a beneficiar com qualquer alteração do IVA.

A introdução das novas medidas não vai ter impactos financeiros significativos numa frota. A maior vantagem está na opção pelo bi-fuel

Análise, caso a caso, por segmento

Se a implementação das novas medidas não deverão provocar grandes efeitos sobre o TCO global dos modelos de passageiros com motor de combustão, os híbridos “plug-in” são os grandes beneficiados com uma redução de custos da ordem dos 41%. Seguem-se os modelos elétricos ou com extensão de autonomia, fiscalmente tratados de igual modo.

A grande vantagem provém afinal do bi-fuel.

Elas destacam-se claramente no segmento dos citadinos face a qualquer outra alternativa. O mesmo acontece entre os utilitários, embora esse benefício reduza à medida que a quilometragem aumenta.

A opção bi-fuel volta a ser a melhor quando analisados os custos de pequenos monovolumes ou pequenos SUV. Mas também entre os familiares médios e superiores, segmento onde existem mais propostas de modelos híbridos. “Principalmente por causa de diferenças de investimento”, adianta Pilar Madeira. “Estamos a falar de carros significativamente mais baratos.”

Por isso, apesar dos benefícios concedidos aos híbridos, entre os representantes executivos, os modelos com motor térmico continuam a beneficiar de uma vantagem dos custos médios de utilização.

As propostas híbridas “plug-in” apenas ganham vantagem entre os SUV de maior porte.

Para chegar a estes valores a ALD Automotive elaborou propostas a 70 mil quilómetros, concluindo, no entanto, que estes benefícios se mantêm a 120 e a 150 mil quilómetros.

Custos com a frota diminuem?

ald automotiveNas contas feitas pela ALD, a introdução das novas medidas não vai ter impactos financeiros muito significativos na frota alargada de uma empresa. Caso aconteça a troca de 50% das viaturas para as melhores propostas da classe (vistas anteriormente), não apenas a poupança é reduzida, como aumenta a taxa de carbono da empresa, logo a sua pegada ambiental.

O que acontece porque a parte mais significativa da frota, geralmente composta por pequenos comerciais, utilitários e citadinos, é substituída por modelos bi-fuel, associados a motores a gasolina, com taxas mais elevadas de CO2.

Por outro lado, nos segmentos superiores, os modelos híbridos têm custos de aquisição mais elevados.

O impacto é ainda menor ou inexistente em empresas em que, por força da sua atividade, não seja possível a dedução do IVA, reconheceu Pedro Reis.

No final da apresentação, os presentes tiveram também a oportunidade de conhecer e ensaiar alguns veículos elétricos e híbridos (plug-in ou não) presentes no mercado nacional.