A estratégia de descarbonização da Brisa, a consciência e o compromisso para com a sociedade no âmbito da sustentabilidade fazem parte do ADN da Brisa e foram, de acordo com Luís Prazeres, as razões que motivaram a empresa a avançar para a transição energética da frota
Na primeira parte da reportagem publicada na edição de novembro da revista Fleet Magazine, cujo lançamento coincidiu com realização da 10.ª Conferência Gestão de Frotas Expo & Meeting, o responsável pelo departamento de gestão da frota automóvel do grupo Brisa revelou o modelo e a composição atual da frota, abordando ainda alguns dos desafios que se levantam perante as atuais dificuldades vividas no mercado automóvel.
Esta segunda parte da entrevista aborda ao pormenor o processo de transição energética em curso, nomeadamente os resultados conseguidos e a importância da formação dos utilizadores destas novas viaturas, algo em que o grupo Brisa tem trabalhado desde o início e que levou inclusivamente à formação de uma Academia de Condução.
Escolheram parceiros para acompanhar a descarbonização da frota?
Sim, no desenvolvimento desta estratégia e durante o processo de procurement, os parceiros foram surgindo à medida das situações em termos de carregadores, balanceamento de cargas, sistemas de gestão de informação, viaturas, etc..
Como é planeada a atribuição e distribuição das viaturas, tendo em conta a autonomia e as possibilidades de carregamento?
São feitos e analisados os perfis individuais dos utilizadores, ajustados e enquadrados no que o mercado tem disponível. Por exemplo, se pode instalar um carregador em casa ou não, se vive longe do local de trabalho, etc..
Do mesmo modo foi definida a estratégia de carregamento, com uma aposta muito forte na infraestrutura de postos, como na sede da empresa.
Os utilizadores destes novos carros foram objeto de algum tipo de formação?
A Academia Brisa de Condução tem precisamente um módulo especial para PHEV e BEV. É uma formação que enquadra os utilizadores, não só na política da Brisa, como os ensina a utilizarem da forma mais eficaz os novos veículos. Nesta formação são tidas em conta todas as informações sobre postos de carregamento públicos e privados, assim como a utilização dos mesmos.
Naturalmente também todas as informações necessárias para uma utilização eficiente deste novo tipo de dinâmica de condução.
Quais os desafios mais importantes enfrentados ao longo do processo?
Uma transição deste nível é um grande desafio para todos, uma vez que as alterações à condução, aos comportamentos diários, à gestão das autonomias, aos cuidados a ter com os carregamentos, etc., foram e são alterações em alguns casos radicais aos hábitos dos condutores. Obviamente isso é motivo para gerar alguns desconfortos, inseguranças… mas faz parte de um processo de novas aprendizagens individuais.
Já é possível fazer um balanço deste movimento de transição? Nomeadamente em termos de redução de custos, poupança de emissões?…
O balanço é muito positivo, uma vez que a adesão aos carros 100% elétricos foi na ordem dos 16%, (nas viaturas administrativas um em cada seis são 100% elétricos e os restantes PHEV), o que revela que o tema já faz parte da cultura das pessoas, como também faz parte da missão do grupo Brisa.
Em relação à redução de custos de mobilidade, o investimento em infraestrutura e a cultura de carregamento nos Campus Brisa prevê uma redução de custos para 1/3 e das emissões em 50%.
Há um calendário estabelecido para esta renovação?
A intenção é permanente e estamos muito focados no que o mercado está a “libertar”. Concentrados e muito também na autonomia, por questões óbvias da necessidade de muitas das nossas viaturas circularem e operarem em autoestrada.
Prevemos estender a eletrificação a todos os segmentos, assim que surjam modelos que permitam autonomia suficiente e condições para se ajustarem às nossas necessidades. Em todo o caso, no próximo ano prevemos eletrificar cerca de 100 viaturas!
Baseado na experiência adquirida, que sugestões dariam a uma empresa que neste momento esteja a desencadear um processo de eletrificação da frota?
A melhor sugestão passa por arranjarem parceiros que possam apoiar a criação de infraestrutura e gestão de dados. Que permitam não só garantir que é possível assegurar o abastecimento das viaturas da empresa, quer seja nas próprias instalações, quer seja em casa do utilizador, através de DPC (detentor de posto de carregamento, n.r.) ou de subsídios, para que o carregamento do automóvel não seja um impedimento à eletrificação.
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