A Tagusgás – Empresa de Gás do Vale do Tejo, SA, é a empresa distribuidora de Gás Natural nos distritos de Santarém e Portalegre.

E, como afirma Firmino Cantarrilha, gestor das viaturas da empresa, “sendo uma empresa de gás, tínhamos que ter carros a gás!”

“Porque a viatura é a imagem da empresa”, sublinha.

Em 2015 foi o ano de arranque, quando instalou o sistema GPL em três viaturas híbridas.

“Nesse projeto, contamos com dois parceiros que nos ajudaram, a Toyota e a Gasamado, compramos as viaturas hibridas e efetuamos a transformação no instalador”.

Em Outubro deste ano recebeu mais 10 Opel Corsa e 1 Opel Astra. Desta vez já com instalação GPL de origem e, até ao final do ano, conta ter mais carros com bi-fuel.

“Só com um mês de histórico, até agora, a maioria dos utilizadores destes carros apenas abasteceu com gasolina no primeiro dia em que recebeu a viatura e nunca mais voltou a atestar. Isto supera o pretendido e tenho que agradecer a todos os colaboradores pelo esforço feito. Mas temos de ter algum cuidado porque a gasolina também tem função lubrificante; caso contrário, o desgaste é maior e durabilidade do motor menor”, explica Firmino Cantarrilha.

E adianta logo as contas.

“Além da viatura ter um custo inferior, as despesas de manutenção também são mais baixas do que num carro a gasóleo. Logo a renda também é menor, o seguro custa menos… Depois há a vertente do custo de combustível: em média, um carro a gasóleo ‘consome’ 7 euros a cada 100 quilómetros, uma viatura a GPL ‘consome’ 5 euros para a mesma distância”.

Firmino Cantarrilha é gestor da Tagusgás há 7 anos. Além desta tarefa tem ainda a Gestão de Projetos de Investimento e Encomendas de Compra

Nem tudo são facilidades

A experiência com a utilização de carros a GPL, nomeadamente as dificuldades do abastecimento podem vir a gerar novo negócio para a empresa.

“Se a viatura fizer muito percurso em estrada nacional consegue quase atingir os 400 quilómetros a GPL.

Mas se fizer grande parte em autoestrada, só consegue 300 quilómetros. Por isso, por vezes, o abastecimento das viaturas é um problema; é que a área de conceção da Tagusgás abrange o Ribatejo e o norte do Alentejo, com muitas zonas rurais do interior, onde, por incrível que pareça, não existem postos com GPL”.

Isto obriga a alguma elasticidade no planeamento de rotas e o desafio pode vir a sustentar a criação de postos próprios de abastecimento.

“Na nossa área de atuação, temos duas zonas críticas de abastecimento: a zona de Portalegre, onde só temos um posto de abastecimento na fronteira com Espanha, em Caia, e na cidade de Portalegre, onde só existem duas bombas de combustível a GPL, uma das quais numa grande superfície. A outra área complexa é a zona norte do Ribatejo, onde não existe resposta para abastecer na A23 desde Alcanena, Torres Novas, Entroncamento, Tomar, Constância, Mação e Abrantes. E na zona de Fátima, onde só existe em Minde”.

Se para resolver o problema em Portalegre “fizemos um protocolo com o Leclerc e, com isto, ganhamos capacidade de abastecer as viaturas, na zona norte temos somente Minde, o que exige um enorme esforço dos colaboradores em planear as suas viagens sem deixar de usar o GPL”.

Tendo em conta tudo isto, Firmino Cantarrilha diz que está a ser estudado internamente a criação de postos de abastecimentos próprios a GPL e a GNC/GNL.

“Inclusive com venda ao público, para dar maior e melhor resposta, e ajudar outras pessoas e empresas que queiram ter viaturas a gás para conseguir maiores poupanças”, diz.

Poupar a todo o gás

Os 3 Toyota Yaris Hybrid a que posteriormente foi acrescentado o sistema GPL, bem como os mais recentes Opel Corsa e Opel Astra, vieram substituir viaturas comercias de 2 lugares de mercadorias a gasóleo (Toyota Yaris Bizz) para técnicos e comercias e ainda viaturas de passageiros a gasóleo (Toyota Avensis SW) para os diretores.

“Para quem nunca teve um carro a GPL olha com desconfiança, levantando imensas duvidas como por exemplo de como abastecemos, se tem perda de potencia, se o tanque não explode, onde podemos circular, se tem menos espaço na bagageira, entre outros mitos do GPL”.

Economia e eficiência são temas sempre presentes.

“No início de 2016 iniciamos um processo de colaboração com a TDS onde os colaboradores foram alvo de uma formação de condução defensiva e eficiente”, explica Firmino Cantarrilha. “Estamos também a trabalhar na introdução de um incentivo ao colaborador, para o premiar em função da poupança e da eficiência energética que ele consiga atingir”.

Na senda da modernidade

“Acreditamos na otimização de recursos e custos. Os dados ainda são frescos mas, só em combustível, poupámos quase 2500 euros em 10 viaturas no primeiro mês”

Desde 2013 que a Tagusgás tem viaturas híbridas.

“Não fomos atrás de tendências. Em 2015 recebemos mais 3 viaturas hibridas que foram transformadas a GPL para aproveitarmos o melhor dos 2 mundos: o hibrido no arranque, o GPL no consumo. Em 2018 vamos ter a primeira viatura plug-in, e estamos a analisar o mercado para, no futuro, podermos inclusive ter viaturas a GNC”.

O controlo é constante.

“É um processo contínuo. Se o estamos a fazer é porque acreditamos nele, na otimização de recursos e custos. Por exemplo, ter um serviço pós venda com uma extensão ampla é fundamental, tendo nós uma área tão grande. Os dados ainda são muito frescos mas, só em combustível, poupámos quase 2500 euros em 10 viaturas no primeiro mês”.

“Nós introduzimos o carsharing ainda antes de ele ser falado, compramos viaturas hibridas quanto o gasóleo era moda, compramos viaturas a GPL quando o mundo quer elétrico. O futuro? GNC? Combustível sintético? Hidrogénio? Eletricidade? De uma coisa temos a certeza: seremos inovadores como o somos hoje!”.

BI da frota Tagusgás

  • Número de viaturas: 24 viaturas de passageiros, 1 viatura de mercadorias
  • Marca e modelos predominantes: Toyota, Opel, Lexus e Mitsubishi
  • Modelo de aquisição: Leasing a 4 anos
  • Financeira predominante: BCP
  • Idade média da frota: Passageiros 2 Anos. Mercadorias 6 anos e 4 meses
  • Utilizadores de parte principal da frota: comerciais e técnicos de gás
  • Equipamento essencial nas viaturas: GPS, Cruise Control e Tapetes de Borracha
  • Sistemas de georeferenciação e/ou de controlo da frota? Não. Apesar de equacionado foi decidido não instalar por questões de privacidade
  •  Viaturas identificadas? Sim. Todas.