O objetivo deste estudo de TCO é verificar, num determinado lote de viaturas, como um SUV compacto, com motor a gasolina, pode substituir uma berlina ou uma carrinha, com motor a diesel, para conter os custos de utilização de determinado escalão de viaturas.

O Renault Captur 0.9 Tce 90 ZEN é a viatura melhor posicionada no estudo TCO feito pela TIPS 4Y para a Fleet Magazine, que procura perceber o diferencial dos custos de utilização, em dois segmentos distintos, para três tipos de carroçaria.

Perante as reformulações recentes nas motorizações dos SUV compactos de algumas marcas, juntamente com a vontade de algumas empresas começarem a enveredar por motores a gasolina, os quatro modelos presentes neste estudo dispõem deste tipo de motor.

No final, o Captur, mesmo estando entre berlinas e carrinhas, apresenta-se como o melhor colocado neste estudo TCO, com um custo por 100 kms de 21,49 euros.

Clique na imagem abaixo para obter os valores detalhados deste estudo TCO.

Entre os SUV, e comparando, por exemplo, o Captur e o T-Roc 1.0 TSi 115, é certo que o T-Roc apresenta 44% de valor residual ao fim de quatro anos e o Captur 42%. No entanto, a diferença de preço de aquisição que apresentam quase seis mil euros resulta num diferencial de mais de 2.800 euros de TCO (Total Cost of Ownership).

Nota ainda para que, de todos os SUV presentes neste estudo, o Ford EcoSport por possuir uma altura, medida à vertical do primeiro eixo do veículo, superior a 1,30 m é o único a estar sujeito à instalação de um dispositivo automático de pagamento de portagem para poder pagar classe 1. Todos os outros SUV pagam, por defeito, classe 1 nas portagens, uma vez possuírem uma altura vertical medida no primeiro eixo inferior a 1,10 m.

Berlinas ou carrinhas?

Entre as berlinas e suas respetivas carrinhas analisadas neste estudo TCO, as berlinas levaram sempre a melhor no que respeita a custos por 100 km’s (em euros): Focus e Focus Station Wagon (21,80 e 22,50), Astra e Astra Sports Tourer (23,74 e 24,35), 308 e 308 SW (22,69 e 23,39), Mégane e Mégane Sport Tourer (21,55 e 22) e Golf e Golf Variant (23,68 e 24,87). De referir que, no universo das berlinas e carrinhas, as soluções de motorização representadas são semelhantes (1.5 e 1.6 litros entre todas).

É o Renault Mégane 1.5 dCi 95 ZEN que apresenta um custo por 100 km mais baixo, de entre as berlinas e carrinhas presentes: 21,55 euros. O modelo francês destaca-se pelo seu TCO manifestamente mais baixo – 25.857 euros – do que o dos seus mais diretos concorrentes: o Opel Astra e o Ford Focus, ambos com um valor residual de 40%. O Peugeot 308, embora apresente um valor residual mais alto que o Mégane, possui um custo por km de mais 1,14 euros, o que já é representativo no balanço final de uma empresa.

Das berlinas e carrinhas analisadas, o Mégane berlina foi o vencedor deste estudo, com um custo por 100 km’s de 21,55 euros.

Custos de manutenção

A Volkswagen é a marca que apresenta custos de manutenção mais elevados. O Golf berlina apresenta custos de 829 euros/ano, situando-se assim no veículo com a manutenção mais cara deste estudo. Na outra ponta da tabela, encontra-se o Peugeot 308, com custos de manutenção anuais de 519 euros.

Combustível

Os gastos com combustível são amplamente superiores nos SUV compactos apresentados. O preço por litro mais elevado da gasolina e os consumos mais altos destes veículos, face aos restantes modelos a diesel, são os motivos para que os SUV tenham um custo superior neste campo. O Captura, apesar de ser o de TCO mais barato, chega a estar mesmo no top 3 dos veículos que mais gastos em combustível apresentam, com um consumo de 11.167 euros de combustível em 4 anos/120.000 km.

Ainda assim, e atendendo aos custos associados ao desenvolvimento de um motor a gasóleo (refletido nos custos de aquisição), às crescentes normas europeias que limitam as emissões de gases poluentes ou mesmo às preferências dos consumidores, que procuram alternativas às restrições ao diesel nas cidades, parece que as ofertas a gasóleo serão cada vez menos, com uma tendência para o desaparecimento. Em algumas das gamas mais recentes, deixou mesmo de ser considerada a opção diesel, e as poucas marcas que ainda as disponibilizam nos segmentos mais baixos tendem a deixar de o fazer.

O SUV compacto é a grande surpresa

O Captur é de facto uma revelação neste estudo. Com o Mégane berlina, os dois carros Renault são os que apresentam um custo por 100 km menor. Aliás, entre o SUV compacto a gasolina e a berlina a diesel, a diferença no custo por 100 km é mínima: 6 cêntimos a mais no Mégane.

A alternativa está nos SUV compactos?

Algumas empresas já começam a incluir SUV nas suas frotas.

A aparente robustez e maior volumetria da carroçaria, aliadas a um aspeto mais jovem e dinâmico, estão a tornar os SUV de escalão mais baixo uma oferta cada vez mais viável para as empresas, porque, por um valor de aquisição mais baixo, podem vir a ser capazes de corresponder às expectativas de escalões mais elevados de atribuição.

Comparar SUV de segmento B a modelos de segmento C num mesmo estudo pode parecer ingrato e incomparável. Porém, tanto em matéria de qualidade de construção como, e sobretudo na tecnologia e ajudas à condução disponibilizadas pelas marcas ou impostas pelos regulamentos europeus, estão cada vez mais próximos.